Abstract:
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar histologicamente o efeito da aplicação
local de ozônio na movimentação dentária induzida em um modelo animal. Material e
Métodos: A amostra foi composta por 24 ratos Wistar divididos em três grupos (n=8),
neles foi instalada uma mola de NITI, do primeiro molar superior ao incisivo central
superior do lado direito, com força de 50g. O grupo 1 (controle) não recebeu aplicação
de ozonioterapia e os grupos 2 e 3 receberam 1ml de gás ozonizado nas
concentrações de 10 µg/ml e 60 µg/ml, respectivamente, na região de fundo de sulco
do primeiro molar superior. Os animais foram eutanasiados 3 e 5 dias após o
procedimento. Lâminas de cortes histológicos foram obtidas, longitudinais ao longo
eixo do primeiro molar, no sentido mesiodistal e nelas foram avaliadas o número de
osteoclastos, osteoblastos, vasos sanguíneos, áreas hialinas, células
polimorfonucleares e mononucleares, formação de tecido osteoide e pontos de
reabsorção radicular através de microscópio óptico, em áreas determinadas de tensão
e pressão. A comparação dos parâmetros avaliados entre as duas concentrações de
ozônio e o controle em cada tempo (3 e 5 dias) foram realizadas pelos testes de
Kruskal-Wallis, teste de Dunn, e qui-quadrado. Resultados: No lado de pressão aos
3 dias observou-se um número significantemente maior de osteoclastos nos 2 grupos
tratados com ozônio (p=0,033) e também maior número de vasos sanguíneos
(p=0,017) e células polimorfonucleares (p=0,009) no grupo 2. No lado de tensão,
houve um número significantemente maior de vasos sanguíneos (p=0,036),
osteoblastos (p=0,023) e células mononucleares (p=0,006) no grupo 2. Aos 5 dias no
lado de pressão, número significantemente maior de osteoclastos (p=0,029) no grupo
2, vasos sanguíneos (p=0,007) e osteoblastos (p=0,028) nos 2 grupos tratados com
ozônio e menor número de células polimorfonucleares (p=0,049) no grupo 3. No lado
de tensão, a quantidade de vasos sanguíneos no grupo 3 foi estatisticamente menor
do que nos outros grupos (p=0,019). Já o grupo 1 apresentava maior quantidade de
células polimorfonucleares e mononucleares do que nos demais grupos. Houve
formação de tecido osteoide e significantemente menos áreas hialinas nos dois grupos
de ozônio comparados ao grupo controle. Houve maior reabsorção radicular aos 5
dias para os grupos tratados com ozônio em ambas as concentrações em relação ao
controle. Conclusão: A terapia com ozônio aumentou o número de osteoclastos no
lado de pressão e osteoblastos no lado de tensão, na concentração de 10 µg/ml,
durante o período avaliado, demonstrando parâmetros histológicos favoráveis à
osteorremodelação. Na concentração de 60 µg/ml, acelerou o processo de
reorganização do ligamento periodontal.