Abstract:
Existe uma crescente busca por procedimentos minimamente invasivos
seguros, eficazes e biocompatíveis com potencial de estímulo da produção de
colágeno visando recuperar a espessura dérmica e qualidade da pele, que são
naturalmente perdidas pelo processo envelhecimento. Objetivo: Realizar uma análise
comparativa dos efeitos de produção de colágeno tipo I e III a partir da injeção
intradérmica de Polidioxanona e Ácido-Poli-L-Lático em modelo animal, e determinar
se há estimulo de colágeno com a subcisão realizada por microcânula. Método:
Estudo experimental conduzido com 16 camundongos Wistar fêmas com 180 dias e
aleatorizados em 4 grupos: G1: Subcisão, G2: PLLA (Rennova elleva®), G3: PDO
(ULTRACOL®), G4: Controle negativo. A técnica de subcisão e injeção de 0,5 mL dos
bioestimuladores foi realizada sob anestesia a nível intradérmico. Após 30 dias
removeu-se os fragmentos de pele e estes foram submetidos a coloração de
Hematoxilina-Eosina e Picrosirius Red para detecção dos colágenos em microscópio
óptico. Resultados: A coloração de HE mostrou que o tecido apresenta uma
espessura mais organizada com o bioestimulador PDO no grupo controle quando
comparado aos grupos subcisão e PLLA. Houve leve diferença no estímulo de
colágeno após a subcisão em comparação ao grupo controle. O tecido tratado com
PLLA mostrou irregularidades quanto a disposição das fibras colágenas, estrutura
pouco definida e menor distribuição de colágeno tipo I em comparação aos demais
grupos. Existe maior tendência para as proporções de colágeno tipo III entre os tecidos
tratados com bioestimuladores. PLLA e PDO apresentaram porcentagens
relativamente semelhantes de colágeno ao serem comparados com o grupo controle,
23, 33%; 25, 35% e 23, 22%, respectivamente. O grupo subcisão apresentou leve
aumento na porcentagem de colágeno total (28, 09%), correspondendo a uma
diferença de 4,13% ± 0,9. Conclusão: A performance dos bioestimuladores revelou
que o PDO resultou em uma colagênese mais ativa, estimulando maior produção de
colágeno tipo I e III. Os resultados deste estudo sugerem que nos primeiros 30 dias
após o tratamento, pode não ocorrer a completa remodelação para formação das
novas fibras colágenas, o que pode ter influenciado nos resultados quanto o tipo e a
quantidade de colágeno neoformado ao comparar os quatro grupos experimentais.
Sendo assim, novos estudos são necessários para determinar a performance total dos
bioestimuladores investigados em um maior espaço temporal.