"Avaliação de membrana de L-PRF em diferentes tempos após a centrifugação"

Abstract

As pesquisas na área da engenharia tecidual vêm ganhando espaço na Odontologia. A membrana de fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF) tem sido estudada como um adjuvante cirúrgico para potencializar o processo de cicatrização. Como o uso da membrana de L-PRF é realizado durante o ato cirúrgico, a membrana preparada antes do início do procedimento pode ficar em repouso por longo período antes do seu uso. O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a contagem celular e peso de membranas de L-PRF em diferentes tempos após a sua obtenção. Para isso, foi realizada a coleta de seis tubos de sangue de dez indivíduos, um para hemograma e cinco para o estudo. Imediatamente após a coleta, foi realizada a centrifugação na centrífuga Intra Spin (Intralock) com o protocolo de 2700 rotações por minuto durante 12 minutos. As 50 membranas foram divididas em cinco grupos: (A) imediatamente, (B) 30 minutos, (C) 60 minutos, (D) 120 minutos e (E) 180 minutos após a centrifugação. As membranas dos grupos B, C, D e E foram pesadas duas vezes, após a centrifugação e no tempo do grupo. Após a segunda pesagem, as membranas foram fixadas em formol e foi realizada a produção de lâminas para análise histológica com coloração de Hematoxilina e Eosina e Giemsa. Em microscópio óptico, foi realizada a contagem de leucócitos em campos proximais ao coágulo, em transição coágulo/fibrina e distais ao coágulo. A contagem de células foi comparada por análise de variância com significância de 5%. Não foi observada diferença significativa (p=0,9887) quando comparado o número de células das membras obtidas em diferentes tempos após a centrifugação. Foi observada uma redução significativa do peso das membranas imediatamente após a confecção em relação aos tempos estudados (p<0,0001). Contudo, não foi observada uma diferença significativa na redução obtida entre os diferentes tempos (p=0,751). A quantidade de leucócitos não é influenciada pelo tempo de espera de até 180 minutos após a confecção da membrana. Considerando a redução da massa da membrana nos primeiros 30 minutos, aguardar esse período para que a membrana estabilize sua massa pode ser considerado na prática clínica.