Abstract:
Possíveis falhas, existentes na interface implante/componente protético, podem albergar inúmeros microrganismos, capazes de causar reações inflamatórias nos tecidos periimplantares, comprometendo a osseointegração. PROPOSIÇÃO: Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a vedação da interface implante/parafuso de cobertura, de duas marcas de implantes dentários do tipo Hexágono Externo, quando imersa em solução de Staphylococcus aureus. MATERIAL E MÉTODOS: A amostra consistiu em 10 implantes dentários e seus respectivos parafusos de cobertura, de diâmetro 5,0 mm e comprimentos de 11,5 mm e 15,0 mm (SIGNO VINCES) e 4 implantes dentários e seus respectivos parafusos de cobertura, de diâmetro 5,0 mm e comprimento de 18,0 mm (BIOCONECT). Os implantes dentários foram avaliados quanto à infiltração bacteriana de fora para dentro dos implantes uma vez que, após receberem seus respectivos parafusos, foram depositados, um a um, em tubos de ensaio contendo caldo Brain Heart Infusion com o microrganismo S. aureus e imediatamente levados para incubação em estufa bacteriológica, a 37°C, durante 14 dias. Após este período, os parafusos de cobertura foram removidos e seguiu-se a colheita de amostras do interior dos implantes e a seguir, realizou-se a semeadura em ágar sangue. As placas permaneceram em estufa bacteriológica, por 48 horas, quando foram avaliadas quanto ao número de unidades formadoras de colônias, à ausência de contaminação por outra cepa bacteriana, identificação morfológica por meio de microscopia óptica e identificação bioquímica através dos testes das enzimas catalase e coagulase. Foi realizado o teste qui-quadrado para comparação da contaminação ou não entre os 2 implantes avaliados e, o teste de Mann-Whitney, para comparação das unidades formadoras de colônias. RESULTADOS: Dos 14 conjuntos implante/parafuso de cobertura, 9 revelaram infiltração bacteriana, por meio do crescimento de colônias de S. aureus em Ágar Sangue, com identificação morfológica e bioquímica. Não houve diferença estatisticamente significante, entre a presença ou não de contaminação e quanto ao número de unidades formadoras de colônias, entre os dois tipos de implantes avaliados. CONCLUSÕES: Considerando-se as limitações do presente estudo, a maioria dos conjuntos implante/parafuso de cobertura permitiu a passagem de S. aureus através de suas interfaces representando, assim, um fator de risco ao sucesso dos tratamentos reabilitadores com implantes dentários. A marca do implante não interferiu na contaminação ou não do mesmo.