Abstract:
Em casos de desgaste dental severo e generalizado, o uso de facetas oclusais tem sido indicado para a reconstrução da face oclusal e aumento da dimensão vertical de oclusão. As cerâmicas odontológicas têm sido o material de escolha devido às excelentes propriedades mecânicas e estéticas. Entretanto, as resinas compostas de última geração têm sido propostas como materiais alternativos devido a seu baixo módulo de elasticidade e maior resiliência e a possibilidade de se realizar reabilitações extensas de maneira direta. O presente estudo teve como objetivo avaliar a sobrevivência à fadiga e os modos de falha em facetas oclusais de resina composta e dissilicato de lítio. Dez molares foram preparados e restaurados com facetas oclusais de 1mm de espessura, constituindo 2 grupos: RCD ( facetas diretas em resina composta) e DSI (facetas indiretas em dissilicato de lítio). Estes espécimes foram submetidos ao teste de sobrevivência a fadiga por ciclagem mecânica em água, sob carga de 0-300N, aplicada na crista marginal mesial, a 2 Hz durante 2 milhões de ciclos. Após 2 milhões de ciclos, a taxa de sobrevivência das RCD foI de 60% e DLI 80% (p= (p= 0,0032). Os resultados foram submeditos à análise estatística pelo teste exato de Fischer e teste T, no software Bioestat 5.3 (α=0.05). Os espécimes de resina composta apresentaram lascamentos de pequena extensão, enquanto a faceta dissilicato de lítio apresentou fratura envolvendo toda a crista marginal. Espécimes sobreviventes ao teste de fadiga apresentaram resistência á fratura similar (RCD=1270±57, DLI=1228±457) (p=0.9191). Concluímos que apesar das facetas oclusais de dissilicato de lítio apresentaram sobrevivência à fadiga superior às facetas oclusais diretas de resina composta, as facetas de resina composta apresentaram falhas reparáveis, enquanto as de dissilicato de lítio apresentaram falhas irreparáveis. A resistência à fratura em compressão dos dentes restaurados com ambos os materiais foi similar.